sexta-feira, 16 de março de 2012

POÉTICA - TOM JOBIM

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde amanheço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.



Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

O mito de Eros e Psiquê - Uma parte de sse mito interessantíssimo

Havia um rei na Grécia que tinha três filhas. Psiquê, a mais nova de todas, era de rara formosura. Chegado o momento de se casar, o rei recebeu um misterioso aviso: que a levasse para uma montanha selvagem e a deixasse lá. Como o povo tivesse comparado a beleza de Psiquê com a de Afrodite, esta se sentiu ofendida e planejou vingar-se. Ordenou ao seu filho Eros que casasse Psiquê com o homem mais monstruoso da Terra. Porém, o jovem deus apaixonou-se por ela e a levou, conduzida por um vento mágico, para um palácio onde a donzela ficou aos cuidados de seres invisíveis que tocavam músicas encantadoras e lhe serviam deliciosos manjares. A moça vivia feliz com seu esposo Eros, porém, não lhe podia ver o rosto nem conhecer a sua identidade. O esposo de Psiquê era muito amável, mas como só lhe aparecia à noite, a jovem sentia-se muito só durante o dia. Esperava ansiosamente pela noite para ter a companhia de seu esposo. Certo dia, as irmãs invejosas de Psique foram visitá-la e vendo que a moça não podia ver o rosto do marido, envenenaram-lhe o espírito, fazendo com que ela, descumprindo a promessa que fizera ao amado, lhe espiasse o rosto durante a noite, enquanto ele dormia. Ficou tão encantada com a beleza do homem ao seu lado que lhe deixou pingar uma gota de azeite quente da lamparina em seu rosto, despertando-o.
Eros olhou-a assustado, e voou pela janela do quarto, dizendo:
- "Tola Psique! É assim que retribuis meu amor? Depois de haver desobedecido as ordens de minha mãe e te tornado minha esposa, tu me julgavas um monstro e estavas disposta a cortar minha cabeça? Vai. Volta para junto de tuas irmãs, cujos conselhos pareces preferir aos meus. Não lhe imponho outro castigo, além de deixar-te para sempre. O amor não pode conviver com a dúvida."

Artrodese de Coluna Cervical

Artrodese de Coluna Cervical - O que é e como será feita dia 02/02/12
Esta cirurgia está indicada em casos de dor no pescoço ou nos braços por problemas do disco, como ashérnias discais, ou em problemas mais graves, como instabilidade da coluna por trauma ou tumores.

A cirurgia é realizada, geralmente, por uma incisão na região anterior do pescoço, dando acesso direto ao disco cervical, que fica na parte anterior da coluna.

Quando a artrodese cervical é realizada por problemas mais simples, como hérnias de disco, costuma-se usar técnicas pouco invasivas, com colocação de implantes plásticos, que são compatíveis com o corpo, não causando rejeição.

Uma alternativa atual a este tipo de tratamento é a artroplastia cervical, que pode ser realizada na maioria dos casos de doença do disco cervical. Diferente da artrodese, na artroplastia são colocadas próteses que mantém a movimentação da coluna.
O motivo da minha cirurgia é a artrose na cervical, no caso o desgaste de vértebra, causando a deformidade e a dor.
A minha cirurgia se encaixa nesse tipo pouco invasiva, que é mais simples.
E será feita também uma broncoscopia, para auxiliar a entubação. Tudo bem mais tranquilo.
Vamo que vamo!!!

Artrite Reumatóide e Compressão Medular

Natal, outubro de 2011
Por volta de 6 meses, comecei a sentir uns sintomas diferentes de tudo que já tinha sentido nesses quase 15 anos de artrite reumatóide. percebi que a ponta dos dedos estavam dormentes, em questão de dias senti também essa dormência no resto do corpo. Estava sentindo também como tivesse um líquido escorrendo por dentro de mim que partia do pescoço e descia pelo resto da coluna. Fui ao pronto socorro e o médico me tranquilizou bastante, dizendo que se o motivo de eu ter ido ao pronto socorro era dormência ele não poderia fazer nada por mim. Se eu estivesse com dor ele me medicaria, mas, como era dormência, não tinha remédio pra dormência e que também não podia fazer nada por mim porque era cirurgião e eu precisava de um reumatologista.Nessa hora, olhei pra ele e chorei. Tentei explicar pra ele que o motivo "dor" não me faria adentrar um pronto-socorro de madrugada. Dor não me assustaria, convivo com ela Há quase 15 anos. Dor eu sei o que é. Mas o que estava sentindo naquele momento era diferente e tive medo. Mas ele me acalentou dizendo que não me preocupasse pois não iria acontecer nada de grave comigo do domingo pra segunda e que eu poderia marcar a consulta no ambulatório e não chegar de 00:40hrs num pronto socorro achando que meu problema seria resolvido.Nossa! Fiquei tão "aliviada"!!!Fui ao reumatologista, foi passada uma eletroneuromiografia e não deu nenhuma alteração. O reumato decidiu esperar pra ver. A essa altura eu já estava achando que eu estava ficando doida e que tava de alguma forma, encucando com isso.Mais uma vez me vali da equipe de fisioterapeutas e foi pedido um raio x da coluna. Pelos meus relatos, eles suspeitaram de uma artrose na cervical estar pressionando algum nervo ou a médula. Realmente no raio x estava mostrando uma artrose na cervical. Marquei consulta com um neuro-cirurgião.Este, com toda atenção do mundo às minhas queixas físicas, me tranquilizou e pediu uma ressonância magnética e suspeitou de compressão medular devido à artrose na cervical.Fiz a ressonância e realmente as suspeitas se confirmaram.Já fiz os exames pré-operatórios e vou retornar ao neuro para ele me explicar os detalhes dessa cirurgia. Pesquisando aqui na net, achei essa página http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-78522005000100010&script=sci_arttext

FISIOTERAPIA

 Foi muito gratificante pra mim fazer fisioterapia no Hospital Naval de Natal. Recebi tanta atenção da equipe de fisioterapia que me sinto segura e confiante. De uns tempos pra cá, tipo 6 meses, venho sentindo uns sintomas estranhos, que nunca tinha sentido antes. São eles: Dormência em todo o corpo, principalmente nas mãos, sensação de líquido escorrendo pelo pescoço, à vezes quente, ás vezes um líquido frio e apareceram também umas manchas vermelhas na minha perna esquerda. Os médicos ainda estão investigando. O pessoal da físio solicitou um raio-x da minha coluna, pois como tenho artrite na cervical, pode ocorrer, dependendo da deformidade, um pinçamento de nervo ou até compressão de medula. O raio-x mostrou realmente uma artrose na cervical. Amanhã vou ao neurologista investigar esses sintomas. Provavelmente ele passará uma ressonância magnética pra saber o motivo dessas sensações estranhas. Quero registrar aqui mais uma vez e agradecer todo o carinho, atenção e dedicação que tenho recebido da equipe de fisioterapia do Hospital Naval de Natal, algo que nesses 14 anos de tratamento encontrei raríssimas vezes. Deixo aqui a letra de uma música que pra mim, poderia ser o hino aos FISIOTERAPEUTAS. DEUS OS ABENÇOE!
(Natal, setembro de 2011)

EM TUAS MÃOS - (Grupor Acorde) Composição - Djanise França
Entre a mente que vibra e pensa
 Que sonha e idealiza tudo
Que faz planos que erguem o mundo
Entre a mente e o coração
 Sensível onde há emoção
O sentimento vibra e pulsa
Que sofre os duros baques da luta
Deus colocou no mundo as mãos
Mãos que expressam vontade
No auxílio a quem precisa
A quem sofre as dores da vida
É a luz do bem em ação
Que ampara, ajuda, alivia
Por todo esse mundo afora
Cicatrizando velhas feridas
E consolando aos que choram



Que mostram também as saudades
No aceno a quem vai partindo
No abraço a quem vai surgindo
Assim vivendo a fraternidade
Tuas mãos sublimes instrumentos
No auxílio, paz, amor e amparo
Unindo o coração e a mente
Enfim se unificando em trabalho.

Mudanças

Em 2011 iniciei um novo tratamento.
Estava há 2 anos fazendo uso do infliximabe (remicade), porém não estava surtindo mais tanto efeito.Mudei de médico e ele trocou a medicação. Estou fazendo uso de Enbrel(etanercept) http://www.medicinanet.com.br/bula/2190/enbrel.htm.Estou me sentindo bem melhor. Apesar das alterações de TGO e TGP. O Enbrel é injeção subcutânea e isso faz com que eu mesma possa aplicar, em casa, seguindo as orientações que traz a bula. Se você que é portador de artrite reumatóide, está tomando o infliximabe (remicade) e não está tento um bom resultado, converse com seu médico sobre o enbrel. 

Tratamentos que funcionaram para mim

Bem pessoal, eu quero escrever aqui de forma simples, sem muito vocabulário médico, até porque não estudei para isso. O que quero é contar a minha experiência pessoal com a artrite reumatóide. 
 Nesses 15 anos de artrite, já fiz vários tipos de tratamentos e os que realmente surtiram efeito no meu caso foram:
 * Fisioterapia ( indicado quando o paciente não está no período de crise, com o fator inflamatório alto)
* Hidroterapia ( hidroterapia é diferente de hidroginástica, hidroterapia é uma fisioterapia dentro d`água)
* Acumputura ( Foi essencial no alívio das dores. Para mim, teve um efeito analgésico bem melhor do que muitos medicamentos que usei)Agora uma boa dica; e tudo aqui é por experiência própria:Procurar sempre se manter longe de aborrecimentos. Claro que hoje em dia temos que enfrentar muitas coisas, mas pode ter certeza: No dia em que me aborreço sinto aumentar as dores e isso é fato.A acumputura além de ter efeito analgésico poderoso, também ajuda a controlar a ansiedade e o stress, que são dois fatores que aumentam a inflamação e consequentemente a piora nos casos de artrite.
Procurar lidar com as limitações que a artrite nos causa foi bem difícil, mas não tem sido impossível.
Viver de forma mais tranquila, isso sempre ajuda!!!

Início do fim ou um recomeço

Quando ela chegou, estava tudo na mais perfeita ordem. Eu, uma menina com 15 anos, cursando o último ano do ensino fundamental, namorando à 2 anos com um garoto bem legal, pelo qual estava apaixonada, mas, na verdade estávamos numa fase meio de crise. Meu dia era bem comum, fazia as obrigações de casa, arrumar, cuidar da irmã caçula que inclusive me chamava de mãe rsrsrs, ir à escola, estudar, final de semana cumpria minhas tarefas religiosas, evangelizava (sou espírita e evangelizava na instituição que frequento até hoje).Ah! Também estava começando a treinar o Handeibol e estava adorando o esporte. Dançar, também era algo que adorava fazer. Faxinar com o som bem alto, tocando pagode, axé, samba, qualquer coisa que mexesse o esqueleto e me fizesse sentir prazer em arrumar a bagunça da casa.Pela manhã, ao acordar, ela era a primeira visita. E passou a vir me visitar todos os dias, até se tornar constante a sua presença. Ela, a DOR. No decorrer do dia, ela ia embora e eu a esquecia. Depois, passou a demorar mais tempo. Até um dia em que não consegui me levantar da cama, fui ao hospital, na emergência, me medicaram e mandaram embora. E melhorei. Mas era apenas o início de toda uma mudança de vida. Marquei uma consulta, com um ortopedista, porque na época, nesse hospital não tinha reumatologista, que é o especialista em doenças reumáticas. O ortopedista me receitou anti-inflamatório e pediu exames pra poder diagnosticar.Levei os exames e ele continuou na dúvida. Ele, na verdade estava entrando numa praia que não era a dele. Mas isso foi o de menos, porque depois me encaminhou pra um clínico que era especializado... em GASTROENTEROLOGIA ( médico do sistema digestivo), aí sim! TUDO A VER!!! rsrsrsrs Esse Gastro, me receitou medicamento à base de corticoide, anti-inflamatórios, me disse que não era necessário encaminhar ao Reumato porque o tratamento seria o mesmo que ele estava fazendo. E ela? A DOR? Onde estava a essa altura do campeonato? Ah! Já estava em todas as minhas articulações. De início, o corticoide deu uma mascarada na doença, aliviava as dores, mas não continha a doença em seu processo degenerativo. O Sr. Dr Gastro, a medida que as dores aumentavam, aumentava a dose do corticoide, até que nessa briga DOR X CORTICOIDE quem venceu foi ele, o corticoide e quem perdeu? MEU CÉREBRO.Você deve estar se perguntando: E a dor? a briga não era entre ela e o corticoide? O que seu cérebro tem a ver com isso? A dor estava ali, menos intensa, mas estava. E com a dose alta do corticoide, entrei num processo de surto psicótico. Passei a não reconhecer meus familiares, não dormia, não falava coisa com coisa e às vezes passava um bom tempo muda, estática, com o olhar distante, enfim: fora de mim. E o médico? O que dizia? Ah! Quando minha mãe falou pra ele que vinha notando que eu estava super estranha ele disse: Isso é do remédio, é normal, é assim mesmo. Me tratei, 2 meses com um psiquiatra, esse suspendeu de imediato o corticoide e passei a fazer uso de vários psicotrópicos, pra reverter o surto. Voltei ao normal (apesar do meu irmão dizer que até hoje não bato bem das idéias, mas é intriga da oposição) e ela, a dor, veio com toda força do mundo até porque eu não estava fazendo nenhum tratamento para a artrite. Nem tinha recebido o diagnóstico.Quando recebi alta do tratamento psiquiátrico, fui encaminhada para um reumatologista. Esse era o especialista para o meu caso. E fui. Nos braços do meu pai, porque não andava, pesando 39kg, devido à anorexia e depressão, efeito dos psicotrópicos e várias deformidades nas articulações das mãos, tornozelos...Passei 15 dias internada para ficar mais fácil os exames e aí sim tive o diagnóstico de ARTRITE REUMATOIDE JUVENIL. Pra mim, foi o início do fim de uma vida "normal", porém um começo de uma nova etapa de aprendizado com ela.  Aprendi a conviver, aceitá-la do jeitinho que ela vem, me pedindo pra ir além, e em outras vezes me pondo freio. Isso que é amiga, não é mesmo amiga DOR?

JESUS E OS AMIGOS

“Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a vida pelos seus amigos.”Jesus (JOÃO, 15: 13)

 Na localização histórica do Cristo, impressiona­nos a realidade de suaimensa afeição pela Humanidade.Pelos homens, fez tudo o que era possível em renúncia e dedicação.Seus atos foram celebrados em assembléias de confraternização e de amor.A primeira manifestação de seu apostolado verificou­se na festa jubilosa de um lar.Fez companhia aos publicanos, sentiu sede da perfeita compreensão de seusdiscípulos. Era amigo fiel dos necessitados que se socorriam de suas virtudesimortais. Através das lições evangélicas, nota­se­lhe o esforço para ser entendido emsua infinita capacidade de amar. A última ceia representa uma paisagem completa deafetividade integral. Lava os pés aos discípulos, ora pela felicidade de cada um...Entretanto, ao primeiro embate com as forças destruidoras, experimenta o Mestre o supremo abandono.Em vão, seus olhos procuram a multidão dos afeiçoados, beneficiados eseguidores.Os leprosos e cegos, curados por suas mãos, haviam desaparecido.Judas entregou­o com um beijo.Simão, que lhe gozara a convivência doméstica, negou­o três vezes.João e Tiago dormiram no Horto.Os demais preferiram estacionar em acordos apressados com as acusaçõesinjustas. Mesmo depois da Ressurreição, Tomé exigiu­lhe sinais.Quando estiveres na “porta estreita”, dilatando as conquistas da vida eterna,irás também só. Não aguardes teus amigos. Não te compreenderiam; no entanto, não deixes de amá­los. São crianças. E toda criança teme e exige muito.


(Livro Caminho, Verdade e Vida, Emmanuel, Chico Xavier)

Amor, Imbatível Amor

O amor é substância criadora e mantenedora do Universo, constituído por essência divina.É um tesouro que, quanto mais se divide, mais se multiplica, e se enriquece à medida que se reparte.Mais se agiganta, na razão que mais se doa. Fixa-se com mais poder,quanto mais se irradia.
Nunca perece, porque não se entibia nem se enfraquece, desde que sua força reside no ato mesmo de doar-se, de tornar-se vida. Assim como o ar é indispensável para a existência orgânica, o amor é o oxigênio para a alma, sem o qual a mesma se enfraquece e perde o sentido de viver.
É imbatível, porque sempre triunfa sobre todas as vicissitudes e ciladas.Quando aparente — de caráter sensualista, que busca apenas o prazer imediato — se debilita e se envenena, ou se entorpece, dando lugar àfrustração. Quando real, estruturado e maduro — que espera, estimula, renova — não se satura, é sempre novo e ideal, harmônico, sem altibaixos emocionais. Une as pessoas, porque reúne as almas, identifica-as no prazer geral da fraternidade, alimenta o corpo e dulcifica o eu profundo.
O prazer legítimo decorre do amor pleno, gerador da felicidade, enquanto o comum é devorador de energias e de formação angustiante.O amor atravessa diferentes fases: o infantil, que tem caráter possessivo,o juvenil, que se expressa pela insegurança, o maduro, pacificador, que se entrega sem reservas e faz-se plenificador. Há um período em que se expressa como compensação, na fase intermediária entre a insegurança e a plenificação, quando dá e recebe, procurando liberar-se da consciência de culpa.
O estado de prazer difere daquele de plenitude, em razão de o primeiro ser fugaz, enquanto o segundo é permanente, mesmo que sob a injunção de relativas aflições e problemas-desafios que podem e devem ser vencidos.
Somente o amor real consegue distingui-los e os pode unir quando se apresentem esporádicos.A ambição, a posse, a inquietação geradora de insegurança — ciúme,incerteza, ansiedade afetiva, cobrança de carinhos e atenções —, a necessidade de ser amado caracterizam o estágio do amor infantil, obsessivo,dominador, que pensa exclusivamente em si antes que no ser amado. A confiança, suave-doce e tranqüila, a alegria natural e sem alarde, a exteriorização do bem que se pode e se deve executar, a compaixão dinâmica,a não-posse, não-dependência, não-exigência, são benesses do amor pleno,pacificador, imorredouro.
Mesmo que se modifiquem os quadros existenciais, que se alterem as manifestações da afetividade do ser amado, o amor permanece libertador,confiante, indestrutível. Nunca se impõe, porque é espontâneo como a própria vida e irradia-semimetizando, contagiando de júbilos e de paz. Expande-se como um perfume que impregna, agradável, suavemente,porque não é agressivo nem embriagador ou apaixonado...
O amor não se apega, não sofre a falta, mas frui sempre, porque vive no íntimo do ser e não das gratificações que o amado oferece. O amor deve ser sempre o ponto de partida de todas as aspirações e a etapa final de todos os anelos humanos.
O clímax do amor se encontra naquele sentimento que Jesus ofereceu à Humanidade e prossegue doando, na Sua condição de Amante não amado.
                                                                                      Joanna de Ângelis

PENTECOSTES

As narrações evangélicas referem-se às labaredas de fogo que desceram sobre os discípulos saudosos de Jesus cinqüenta dias após a Páscoa.
A comunicação por eles operada com as pessoas de diferentes províncias, que se expressavam em idiomas e dialetos diversos, tornou-se clara e rica de surpresas, demonstrando a irrupção espontânea da faculdade mediúnica de xenoglossia nos Espíritos que se candidatavam ao apostolado do amor.
Aqueles que se sentiam estrangeiros, porque impossibilitados de manter contato verbal com os demais, receberam a notícia da sobrevivência no empolgante momento das informações mediúnicas, abrindo campo emocional e intelectual para as tarefas do futuro.
O serviço do Mestre fazia-se urgente e era necessário não se permitir que o silêncio amortalhasse em esquecimento a música sublime dos Seus ensinamentos.
À dor e ao sentimento de abandono que os amigos do Crucificado experimentavam sobrepôs-se a Sua Presença e a dos Seus Mensageiros, estimulando-os ao prosseguimento do ministério.
Ele houvera prometido que nunca os deixaria a sós, por mais rudes se apresentassem as situações e mais afligentes fossem os testemunhos. Em tais circunstâncias, que se lembrassem d'Ele que havia vencido o mundo.
Naquela hora, já não se fazia indispensável a Sua presença física, a fim de que as atividades tivessem prosseguimento, conforme até então ocorrera.
Ele os houvera preparado para os ásperos labores, iluminando-os com o conhecimento, vivificando-os com os exemplos de amor que lhes dera ... Agora equipava-os de recursos específicos, de modo que as dificuldades fossem ultrapassadas como e onde se apresentassem, caso eles permanecessem fiéis.
Aquele memorável dia marcá-los-ia para sempre, reconduzindo-os à autoconfiança e à alegria da ação que devia ser continuada.
A Ressurreição confirmara-lhes a imortalidade, e somente ocorrera porque Ele se entregara em holocausto. Por meio dela, puderam rever o Amigo Excelso, ouvi-lo novamente, senti-lO vibrante e amoroso.
Herdeiros naturais que eram da Boa Nova, instrumentavam-se com o desabrochar das faculdades mediúnicas, a fim de que não mais titubeassem nem se permitissem recuos injustificáveis, quando no fragor das lutas que deveriam travar com abnegação e sacrifício. O ministério que deveriam vivenciar era assinalado pelas demonstrações de renúncia, dedicação e amor incessante, sem margem para alteração de conduta, exceto para torná-la melhor.
Amparados pelas Forças espirituais do Bem, dali sairiam para a divulgação e a vivência da Palavra, colocando os alicerces do Reino nos corações humanos ulltrajados e sofridos.
Ainda hoje ocorrem essas benfazejas interferências espirituais, auxiliando no apostolado do amor e da iluminação de consciências.
Aquelas comunicações ocorridas no qüinquagésimo dia após a Páscoa, constituem ímpar demonstração da presença de Jesus ao lado dos Seus servidores, que o tempo não consegue diluir.
A linguagem que impedia o intercâmbio entre as pessoas, constituindo-se forte barreira para o entendimento fraternal, desfez-se por definitivo.
... - E quando fordes falar, o Espírito Santo falará por vós- Ele houvera anunciado.
O idioma não constitui impedimento à divulgação da Mensagem de Jesus.
Há, porém, uma linguagem que se torna indispensável para a sua comunicação e que não vem sendo considerada por muitos daqueles que se candidatam ao ministério. É a do amor fraternal.
A palavra, porque nem sempre elucidativa, tem sido mais motivo de desinteligência, de irritação, de conflito, do que mesmo de comunicação saudável.
A mesma expressão usada com tonalidade variada de voz produz alegria e contrariedade, esperança e desencanto, confiança e suspeita ... Isto porque, os indivíduos, armados uns contra os outros, mesmo quando se estimando, perderam o equilíbrio da sadia verbalização.
Interrompem a frase, suspeitosos; interpretam os períodos conforme pensam e não consoante convém, e as comunicações tornam-se perturbadoras, combativas.

Há uma língua que não permite distorção de conceito nem de significado - a do amor.
Desarmando-se para amar, o indivíduo capta a onda mental, tornando-se quase dispensável o verbo.
Se estás cansado e te sentes desamado, encontras-te armado.
Desenovela-te da suspeita e abre os ouvidos do coração ao idioma do Bem e experimentarás inefáveis alegrias.
Treina a comunhão deste outro tipo de pentecostes, aprendendo a comunicar-te com todas as formas da vida: minerais, vegetais, animais, a fim de conseguires o saudável diálogo com os seres humanos, muito mais complexos e desafiadores. Eles expressam-se em diferentes idiomas, no entanto, se os amares, mesmo que não lhes fales as línguas, sentirão a emissão da tua simpatia e do teu afeto, embora nada enuncies ou o que digas não lhes seja inteligível.
Refugiando-te um pouco no silêncio emocional, a fim de ficares receptivo às Forças do Bem, viverás em constante pentecostes com todas as formas de vida que encontres pelo caminho.
Reserva alguns minutos das tuas horas atribuladas e comunica-te com um mineral- contemplando-o, penetrando-o com a mente -, com um vegetal- alcançando-lhe a intimidade sem ruído, mas com atividade febril de desenvolvimento -, passando depois aos animais - cativando-os e deixando-te cativar ...
Lentamente, assim prosseguindo, estarás em condições de dialogar com o teu próximo, sem reproche, sem medo, sem altercação, em paz de espírito.
Sintoniza com as energias sublimes do Pentecostes e esparze o reino de Deus, para o qual estás convidado em toda a parte, buscando vivenciá-lo desde já.
Joanna de Ângelis